Dia desses comprei uma calça e ao experimentar percebi que estava comprida demais. Levando a uma costureira amiga, ela foi logo dizendo que não havia problema, era só fazer a barra. Simples assim? Exatamente. E aí pensei, será que não dá para fazer a barra em tudo que precisamos ajustar na vida?
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Costurar os problemas, abotoar tudo que está fora do lugar, colocar cada botão em sua casa certa? Costurar é muito mais do que cortar, moldar, alinhavar, ar a linha entre panos e retalhos. É preciso conhecer os atalhos, dar pontos corretos e fazer os arremates como quem faz uma obra de arte.
A profissão de costureira existe desde o início da civilização. As agulhas mais antigas foram fabricadas há mais de 30 mil anos, feitas de ossos e de marfim. A costura ainda hoje é muito presente no nosso dia a dia e mostra as mudanças de estilo de vida, valores e identidades ao longo dos tempos.
Há muito de poesia no vai e vem de uma agulha, muitas conversas silenciosas enquanto o fio cria, remenda e conserta, demonstrando a importância desta atividade que vestiu noivas, reis e plebeus, almas que chegaram para este mundo em forma de criança e espíritos que deixaram seus corpos com a veste derradeira.
Jesus, o mestre de todas as artes e ofícios, usou a metáfora da costura em duas parábolas distintas. Na parábola do remendo novo em roupa velha, disse que não se pode remendar uma roupa velha com um remendo de pano novo porque o remendo novo encolhe e rasga a roupa velha, aumentando o buraco.
Na parábola do vinho novo em odres velhos falou que o vinho novo é forte e tende a rebentar os odres velhos, porque estes não foram feitos para ar a fermentação do vinho novo, alertando que a mudança verdadeira exige um novo modo de ser, de pensar e de agir.
Muitas vezes precisamos fazer a barra da calça, as barras da vida e costurar no presente um futuro melhor. Agora e depois.
Os desafios do Papa Leão 14
A primeira fala do novo papa foi de quem conhece o tamanho de sua missão. Em poucas palavras mostrou suas credenciais. Citando a grande mensagem do Cristo Ressucitado, “que a paz esteja convosco”, lembrando Francisco, “o Papa que abençoava Roma e que dava sua benção ao mundo”, o filho de Santo Agostinho, como disse ser, deu sinais de que Igreja quer liderar ao afirmar que “a humanidade precisa de pontes...construir pontes com o diálogo, com o encontro... para sermos um só povo, sempre em paz”. Sua fala foi um reconhecimento ao legado de seu antecessor, a quem agradeceu dizendo “Obrigado, Papa Francisco”.
Fez uma saudação especial à Igreja de Roma, renovando seu apelo para a construção de uma igreja que constrói pontes, que dialoga, sempre pronta a receber de braços abertos a todos, uma igreja sinodal, que caminha, que busca sempre a paz, a caridade e que precisa sempre estar próxima, especialmente daqueles que sofrem. No seu primeiro discurso, o novo Papa trouxe junto a Igreja do Papa Francisco.
O caminho é longo e os desafios têm o tamanho do poder e da responsabilidade de liderar uma das maiores instituições do mundo, com seguidores movidos por sua natureza humana e pela fé que liga com o “outro lado da ponte”, como dizia Santo Agostinho.
Gargalo
Cruzamento da Avenida Dores com a Rua Euclides da Cunha e a Alameda Buenos Aires, conhecido como Trevo do Fórum, continua sendo um dos principais gargalos do trânsito de Santa Maria. Com a conclusão da Travessia Urbana, a tendência é de aumentar ainda mais o fluxo de veículos no perímetro urbano. Para isso, a cidade terá que se preparar melhor.
Longas filas e pequenos acidentes são frequentes no local. Como não há previsão (talvez nem projeto) de construção de uma obra de maior envergadura, como túnel ou elevada, alguma intervenção precisa acontecer, seja com a colocação de semáforo ou de transformação do trevo em rotatória. A imagem é de 2019, mas os problemas continuam os mesmos.
Agente de saúde
Pergunta de uma contribuinte: “Vocês sabem como está o andamento do concurso de agente de saúde da prefeitura? Ninguém fala nada”. Pergunta foi encaminhada ao setor de comunicação, mas a resposta ainda não veio.
ibilidade
As dificuldades de ibilidade no Brasil foram mais uma vez demonstradas no Censo Demográfico de 2022. A pesquisa revelou que grande parte da população brasileira, especialmente em áreas urbanas, ainda enfrenta desafios de ibilidade, com um número significativo de vias sem rampas para cadeirantes.
Em áreas urbanas, 119,9 milhões, 68,8% da população ainda mora em vias sem rampa para cadeirantes, embora este número tenha diminuído em comparação com o Censo de 2010 , que era de 146,3 milhões, 95,2%. O censo destaca a importância de investir em políticas públicas que promovam a ibilidade, garantindo o direito a mobilidade e inclusão para um número maior de pessoas. A pesquisa indica também que a ibilidade em estabelecimentos de saúde e educação ainda é limitada.
Visita adiada
Informação de que o cardeal americano Robert Francis Prevost viria ao Brasil no final de abril para pregar na 62ª. Assembleia Geral da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB) e que não veio porque foi convocado para o conclave que o tornou o Papa Leão 14, já levantou uma pergunta: agora vem? Convites não faltarão.
A vida continua, nesta e em outras dimensões!