E se for tarde demais? a3712

Eu preciso desabafar. Preciso tirar do peito essa inquietação que me acompanha há tempos.Algo está profundamente errado com a forma como estamos vivendo – e o pior é que fingimos não perceber. Fingimos que está tudo bem, que o cansaço é só mais uma fase, que o distanciamento emocional é consequência do “mundo moderno”. Mas, no fundo, todos nós sabemos: estamos exaustos. Estamos sozinhos, mesmo cercados de gente. E estamos, lentamente, esquecendo o que realmente importa.


Tempo negativo
Vivemos uma rotina doentia. Acordamos com o despertador nos empurrando para um novo dia cheio de obrigações, e dormimos com o celular na mão, consumindo informações que, na maior parte do tempo, não nos dizem nada. Trabalhamos demais. Corremos demais. Exigimos demais de nós mesmos. E nos damos tão pouco. Tão pouco cuidado, tão pouco carinho, tão pouco descanso.


O valor de se cuidar

Quando foi que cuidar de si virou luxo? Quando foi que o tempo em família ou a ser encaixado “quando der”? Quando foi que nos convencemos de que sucesso é estar sempre ocupado, sempre correndo, sempre respondendo mensagens a qualquer hora do dia? Isso não é sucesso. Isso é autonegligência disfarçada de produtividade. 


E o preço é altíssimo. Está nas crises de ansiedade, nos ataques de pânico, no sono que não vem, na paciência que se esgota por qualquer coisa. Está nos silêncios dentro de casa, nas refeições feitas com o celular na mão, nos abraços apressados, nas conversas que já não acontecem mais. Está nos olhares tristes de quem só queria um pouco de atenção – dos nossos filhos, dos nossos parceiros, dos nossos pais. E até de nós mesmos.


A necessidade de uma conexão real
Quantas vezes você adiou um encontro com a sua família por causa do trabalho? Quantas vezes disse “mais tarde” para uma criança que só queria brincar? Quantas vezes olhou para alguém que você ama e percebeu que não sabe mais como essa pessoa está de verdade? Estamos nos perdendo uns dos outros. E o mais doloroso: estamos nos perdendo de nós mesmos.


A vida está ando. As crianças estão crescendo. Os pais estão envelhecendo. E você? Você está se dedicando a viver ou apenas a sobreviver?


Precisamos nos cobrar tanto?
Eu sei que o mundo exige muito. Que as contas não se pagam sozinhas, que o mercado é competitivo, que temos sonhos e responsabilidades. Mas, de que adianta conquistar tudo isso se, ao final, estivermos esgotados e sozinhos? De que serve o sucesso profissional se ele custar sua saúde mental, sua alegria, sua presença nos momentos que realmente importam?


Cure-se 

Precisamos parar. Respirar. Reavaliar. Cuidar de si não é vaidade, é necessidade. Tirar um tempo para o que nos faz bem, para estar com quem amamos, para ouvir uma música, sentir o sol no rosto, tomar um café sem pressa... isso é autocuidado. Isso é amor-próprio. Isso é cura. 
E tempo de qualidade com a família não é um “plus” que se encaixa se sobrar espaço. É prioridade. Porque, no fim, quando tudo for silenciado, o que vai importar são as memórias. Os almoços cheios de risadas, os abraços demorados, os conselhos na varanda, as histórias antes de dormir. Isso é o que fica. Isso é o que faz sentido.


Para ontem!

Ainda dá tempo. Ainda há chance de mudar o ritmo, de resgatar conexões, de cultivar o que realmente importa. Mas precisa começar agora. Não amanhã, não no próximo feriado, não quando você “tiver um tempinho”.Porque a vida não espera. E o amor também não. Porque a vida não espera. E o amor também não. 

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Juliane Korb

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